terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Plágio ao Pequeno Príncipe




Eu queria ser uma florzinha que alguém rega todo dia e coloca no sol, mas só um pouquinho, que é pra não esmorecer.
Queria ser uma flor assim, pequenininha e florida, que é pra não esquecer de ser criança quando eu crescer.


Gostaria de viver numa terra onde não existissem números. Só pra gente se lembrar que além do que as pessoas podem valer, elas são importantes também porque piscam, falam, têm histórias pra contar, a capacidade para abraçar e a possibilidade de transmitir boas vibrações .


Só para esquecer que a gente trabalha a vida toda para ter um monte de coisa,  que não vai nos fazer tão felizes quanto pensamos que faria. Pena que a gente só descobre isso depois que já passou por cima de um monte de gente, atropelou um monte de sentimento e, pior : deixou passar um monte de coisas boas e divertidas porque estava com a calculadora nas mãos.


Não sei que gente é essa que se esquece que amanhã, quando estiver velhinho, vai se arrepender de não ter visto o pôr do sol e a lua cheia várias vezes, naquele céu estrelado dos amantes e amados transloucados pela beleza das coisas grátis da vida.


Quando o tempo passar, eu quero ainda ser uma florzinha. Não por ser frágil, não por ser dependente de carinho e cuidado, mas por ter a esperança de ser amada por um Pequeno Príncipe, que sabe que é muito difícil ter um amigo no mundo das pessoas grandes, porque elas só se interessam por esses tais números. Sem falar que meu Pequeno Príncipe vai saber que sou uma flor única, apesar de existirem outras milhares parecidas comigo, somente pelo fato de eu tê-lo cativado.


Só mesmo sendo pequena para saber tanto. Assim como as crianças. Assim como uma florzinha florida. Seres que entendem que as coisas vão muito além de uma preocupação, que só pode mesmo levar a lugar nenhum.


Para onde pensam que vão agindo assim? Não sei se tenho uma resposta que justifique esse pensamento bitolado das pessoas grandes, então eu respondo dando-lhes língua. Do jeito que a gente faz quando é criancinha .


Não posso me esquecer , que se eu por acaso virar borboleta na outra vida, porque as flores viram borboletas quando nascem de novo, de voar mais vezes pra fora da minha cabeça.Voar por aí, por dentro de livros e bosques encantados, pra conhecer a beleza e as maldades. 








Daí, vou pousar em flores floridas, para mostrar a elas que as amo simplesmente pelo que elas são. Uma flor e uma borboleta, nada a oferecer, senão a beleza do que cada uma é.






Vou ser antes de tudo uma flor bem cuidada e amada, depois uma bela borboleta, que faz voos rasantes pela imaginação do mundo: sem números e sem gente grande.


É onde mora o pequeno príncipe, dentro de cada um de nós. Você só tem que se lembrar, de vez em quando, que precisa chamar para brincar a criança e a borboleta que existem dentro de você.

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