quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Calma...
Dê o tempo ao tempo, calma alma
Põe cada coisa em seu lugar
E o dia virá, algum dia virá
Sem aviso."
Francisco Bosco
 


(*peguei a frase no blog da amiga e jornalista Fabiane Pereira, mas o Chico Bosco eu já conheço de outros carnavais. É um dos destaques da literatura brasileira, colunista do jornal O Globo e também letrista brilhante)

domingo, 14 de novembro de 2010

Entre borboletas e bailarinas




As relaçoes amorosas, mais uma vez, tema do meu post.

Há um tempo eu escrevi que a janela estava aberta para as borboletas novamente, pena que não basta querer para que elas entrem goela abaixo e fiquem zanzando no nosso estômago. Porém, eis que num dia, distraída, cantando com o coração escancarado na varanda do meu quarto, abri tanto a boca que nem percebi uma borboletinha sobrevoando e, num vacilo, nhack! Engoli a dita cuja.

Agora fico aqui olhando à espreita da porta o meu coraçao ir embora de novo, faz alguns dias que ele saiu com uma maletinha debaixo do braço para fazer sabe-se lá o que. Fiquei olhando meio perdida sem saber se isso era bom ou ruim. Ainda não sei. Ficamos eu e a borboleta, que a essa altura se multiplicou, e creio que surgiram bailarinas também, tamanho é o alvoroço dentro de mim.

Sinto-me prestes a pular do avião em movimento com o paraquedas e sem instrutor, c`est la vie... Nem sempre tem um guia ou manual que nos diga o que fazer. Essas coisas não funcionam assim. Por mais que tenhamos horas de crédito gastas na terapia, relacionamentos os quais serviram de base para uma vida amorosa madura, cada caso é um caso. E aí, somos todos crianças de novo aprendendo a andar.

Meu coraçao disse que levava na bagagem tudo de que precisava, não tenho certeza se ele tem tudo, pode ser que sim, pode ser que não, mas quem vai apitar o rumo da história? Pode ser que corra tudo bem ou não... mas não quero sair correndo antes de ver no que vai dar.

As borboletas ligaram o som e sobrevoam as bailarinas que dançam ao som de músicas que voltaram a fazer sentido pra mim.

O coraçaozinho malcriado virou a esquina, olhou pra trás e deu uma piscadinha sacana, coisas de quem sabe o que está fazendo. Vale confiar. Já disse que meu coração sabe o que faz, mesmo nesses rompantes, ele age por impulso, mas não confia em qualquer um. Aliás, é bem desconfiadinho.

E tem coisa melhor: se jogar, e se cair levantar. Pode ser que ele volte pra casa todo ferradinho, e aí as borboletas terão dado lugar a um grande vazio, mas não é nisso que vou pensar agora. Tudo pode dar certo, e nem sempre isso significa terminar com um "felizes para sempre".

De uma coisa eu sei, tinha tempo que meus lábios não combinavam de ir cada canto para um extremo da boca, deixando os dentes à mostra e o rosto todo em harmonia. Não uma risada qualquer, mas daquelas que congelam a face e deixam a gente com cara de bobo na rua, creio que até dormindo os lábios não cessam. Delícia de sensação.