sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Que dia! Confesso que saí da cama meio desanimada, achei que ao abrir a persiana da janela ia ver o céu nublado, como nos últimos dias. Tal foi a minha surpresa quando vi exatamente o contrário, aquele azulejo! E o sol radiante e dono do céu.
É tão bom sair de casa nesses dias, inda mais quando é sexta-feira. Ou seja, prenúncio de um fim de semana incrível.

Tomei aquele banho, coloquei um vestido leve e nem sequei os cabelos, preferi-os ao vento, molhados, para guardar por um tempo a sensação de frescor no calor que me aguardava lá fora. Tudo bem, pensei, é sexta!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Desde segunda-feira, quando o Garnizé me contou, minha mente anda inquieta. Meus sentimentos de tristeza e revolta idem. A semana foi caminhando lentamente e a cada dia uma novidade sobre o caso, uma mais triste que a outra, imagens covardes e situações incompreensíveis. Fiquei “ruminando” isso tudo nesses últimos dias.

Trabalhei para o AfroReggae por um ano e tive contato com o Evandro, lembranças felizes de um cara feliz, querido, alegre, humano!

É triste. É revoltante, como cidadã, ver policiais fazendo o que fizeram; se eles não protegem a nós, quem protege? Os quatro envolvidos no caso, quatro bandidos!, não chegam nem perto da grandeza do Evandro.

Falta palavra, é que tanto já foi dito, falado, sentido, chorado. Lamento a crueldade do ser humano. Lamento a perda de um cara saudável que ainda tinha um longo futuro pela frente. Lamento a tristeza dos seus familiares. Lamento a tristeza dessa semana e as crueldades que paulatinamente estamos descobrindo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Do baú - fevereiro de 2006


Falante. Comilona. Bailarina. Analgésico. Fofa. Gatinha. Ciumenta. Boba ou intelectual. Confusa e complicada, inconstante e sincera. Figura, artista, querida. Boa filha, irmã, prima e amiga.

Eu sou assim. E quero um amor só pra mim, sem complicações, sem ex pegando no pé. Quero tomar “cerva” gelada num boteco. Quero comer um brownie no Caroline Café.

Quero o colo da minha mãe, os conselhos do meu pai. Jogar vídeo game com meu irmão. Viajar. Namorar. Jogar conversa fora com as minhas amigas. Passear com o cachorrinho. Sair de chinelo Havaianas ou salto agulha. Ler um bom livro. Ver um bom filme. Escutar Bob Marley de pernas para o ar num acampamento.

Quero ouvir sobre os amores da Maria Bethânia ou do Chico Buarque e me encantar com a nostalgia do Geraldo Azevedo. Dançar hip hop, funk, trance, forró ou, e sempre, samba! Sambo na rua, na chuva, no apê. Tomar “black russian”, tequila ou água. Escrever um diário, um livro ou pixar um caderno com as maiores besteiras já escritas. Viver um romance demais. Chorar de menos, mas sempre que sentir vontade. Mergulhar no mar ou escalar uma montanha. Trabalhar. Ouvir um problema. Errar mais vezes.

Quero ser o que eu quero com mais frequência, e cada vez menos o que a sociedade quer. Ser “hippie chic” ou uma jornalista séria e perfeccionista. Viajar mais.

Nada mais produtivo do que construir bons momentos. Quero a realidade, um oi, um quarto e o sol nascendo. Depois um sonho, uma janela, um abraço e um pôr do sol.

Eu sou essa pequena coisa grande de pensar distante nesse mundo pequeno, então quero colocar meus pés na cabeça sem estar com os pensamentos nas nuvens, só para não esquecer que a vida tem outros modos de ser vivida além desse que a gente escolhe e sofre por não estar feliz.

Quero acreditar nas pessoas de verdade e esquecer as de mentira, as que não existem porque tem na essência um vazio do tamanho delas. Quero o calor de um corpo e de um beijo. A risada de um amigo e uma carta de alforria para a felicidade dos que eu amo. Outro oi. Um incenso para livrar o mundo desse cheiro de tristeza. Um mar para me levar para longe. Uma estrada para percorrer e ir até o infinito, onde estão as coisas de verdade.

Quero uma notícia de quem está longe e uma brisa no rosto que me dê a esperança de que ele volta. Um céu cheio de estrelas para eu namorar. O som do mar que vai e vem, me lembrando de que a vida continua.

Quero o sabor do chocolate na minha boca quando as pessoas parecerem amargas. E o limão, quando tudo for doce demais. Nada que me irrite os nervos, a não ser a vontade de arrebatar alguém. Quero um macarrão meio pudim e mais uma vez uma tarde num quiosque em Jaconé.

Quero meus amigos sempre perto e a solidão quando quiser que eles fiquem longe.


Quero me lembrar sempre que as coisas têm um fim, mas que a gente não precisa sofrer antes que elas terminem. Quero ficar longe da televisão e cada vez mais viver uma música. Quero essa melodia que inebria os amantes e sonhadores. Ser racional e emocional, nada demais ou de menos.

Quero ter preguiça para esperar o momento certo e ação para agir quando for o momento. Quero quem me dê a mão quando eu precisar subir. Quero quem me dê aquele empurrão quando for para eu correr de mim. Não quero ninguém mais ou menos. Quero certeza e vontade. Não quero gente confusa que se perde nos próprios delírios e embarca numa viagem tão impossível que esquece que na volta têm a vida. Quero sim. Quero você e mim.

domingo, 18 de outubro de 2009


Família é coisa séria, mas não deixa de ser complicado e engraçado. Família provoca os mais variados sentimentos, seja amor eterno, amizade, cumplicidade, carinho, atenção, irritação, incompreensão, etc, etc, etc.
E não adianta invejar o vizinho, em se tratando de família todas têm problemas, causos e acasos insolúveis, solúveis, e que tiram (ou não) o sono do grupo. Família...

Família é quem apoia a gente em qualquer situação em que a gente possa se meter. A família vai sempre perdoar a gente, pelo menos na frente dos outros, em casa são outros quinhentos. Eu nunca apanhei na frente de ninguém, o meu amigo “cinto” e “chinelo” eu só via dentro de casa, na rua jamais.

Família serve como válvula de escape também, quantas vezes a gente não desconta no irmão, pai ou mãe frustrações que eles não têm nada a ver? Isso acontece porque sabemos que sempre vamos ser perdoados.

Família é uma instituiçãozinha complicada. Relação entre mãe e filha e entre pai e filho, quer coisa mais difícil?

Mas apesar de tudo isso, tem coisa melhor do que o abraço apertado, aquele que estala a costela, o olhar carinhoso e saudoso de quem te espera e aquela sensação de que não importa aonde dê a sua estrada, você sempre pode voltar pra casa?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Fui tomada de assalto por uma deprezinha nessa sexta-feira.
O motivo? Tenho pressa na vida, meus vinte e poucos anos não entendem que são apenas vinte e poucos e não 30, ou seja, sobra insegurança. Eu invejo a mulher de 30, sempre certa de suas decisões, madura, tranquila, com paz interior... É assim que as vejo. Já eu e minha idade somos incompatíveis uma para a outra. Enquanto eu quero a total independência, dinheiro sobrando no banco, carro, e total equilíbrio das partes do meu corpo, que vivem esbarrando nas portas, armários e mesas ( até parece que tenho 1,80m e não 1,55m e braços e pernas bem longos), encontro vários pontos de interrogação e uma luz brilhante no túnel. Há de ser uma bela saída e não um trem.

Para acalmar esse mar agitado que estou hoje, lanço mão do bom Lenine, “Paciência”.

"Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára..."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Hoje me toquei de uma coisa. Na verdade, venho pensando nisso há um tempo. É verdade que a mulher ganha sendo independente, mas ela também causa uma confusão mental no homem e deixa-o ainda mais “confortável” do que ele já é por natureza. Se antes os machos tinham a obrigação de nos fazer gentileza, e isso devia ser um tormento pra eles, hoje eles não pensam nisso, aliás, se fingem de mortos.

Hoje peguei um ônibus cheio e vim em pé com uma bolsa pesada (sou mulher, né?! E mulher carrega sempre bolsas pesadas) junto com várias outras pessoas. Depois de um tempo no engarrafamento reparei num pequeno e curioso detalhe. Todos os lugares estavam ocupados em 90% por representantes do sexo masculino. Sem exagero. Na fileira da esquerda só tinha homem. Você acha que algum deles se levantou para dar lugar para alguma mulher? Seria pedir de mais.
Mas pedindo de menos, você acha que algum deles se ofereceu para segurar a bolsa de uma de nós? Bom, depois que eu bufei umas três vezes, levantei e abaixei a bolsa e fiz bastante cara feia, um cara, por medo ou solidariedade, resolveu segurar (gentilmente?) a minha bolsa.

Depois peguei outro ônibus para voltar de outro lugar e eis que entra um senhor de mais de 70 anos. Você acha que algum marmanjo se levantou para dar lugar? Claro que não, quem levantou fui eu. Mas aí já é caso de desrespeito e falta de educação. O Carioca não é bacana, é mal educado.

Mas, voltando ao assunto principal, achei um texto que minha amiga e produtora Michelle Fonseca mandou há bastante tempo. A autoria é desconhecida.

Não que eu queira ser Amélia, mas também sinto falta de alguns tratamentos que só as Amélias tinham.


DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA - CRÔNICA

São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.
Estou tão cansada, não queria ter que trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até.

Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro,
passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem.
Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro...

Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro
pra funcionar.

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que
teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso
conosco, que nascemos depois dela.

Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar,
trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos
e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos,
decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das
hortas, educando as crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso
de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de
espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias
mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha filha?

Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés.
Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer,
vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?

Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar
na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz.

Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim.
E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.

Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do
Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei.

Por quê, me digam por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor,
que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo?
Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara
que isso não ia dar certo.

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar,
passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos, acessórios usar,
que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar
engarrafada, correr risco de ser assaltada, morrer atropelada, passar o dia ereta
na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas.
Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma,
sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no
currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especificações...

Viramos super mulheres, continuamos a ganhar menos do que eles.
Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu
passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios
de poesia, faça serenatas na minha janela (ai, meu Deus, já são 7:30h,
tenho que levantar!), e tem mais, que chegue do trabalho, sente no meu sofá,
coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz um café, por favor?"
descobri que nasci para servir.

Vocês pensam que eu estou ironizando? Estou falando sério!
Estou abdicando do meu posto de mulher moderna...
Troco pelo de Amélia, Alguém se habilita?

(Autora Desconhecida)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Don't worry be happy

Acompanhei a votação para a escolha da cidade que iria sediar as Olimpíadas de 2016. Foi mesmo muito emocionante ver o Rio ganhar, ainda mais com aquele videoclipe com imagens maravilhosas da também maravilhosa cidade.

Só acho uma pena o Rio não ser tão maravilhoso quanto foi vendido lá fora. Em belezas naturais sabemos que ele é lindo, rico e maravilhoso, mas e se a gente para e lista todos os problemas, ele continua tão perfeito assim?

A amiga de um amigo disse na sexta-feira, “você acha que a gente tem que sentar e chorar, ficar desanimado e triste porque a cidade e a vida não são tão boas assim? Eu acho que a gente tem que comemorar mesmo.”. Isso é o que eu chamo de filosofia “Don’t Worry Be Happy”. Enquanto o brasileiro não se preocupa e não reclama seus direitos, enquanto ele passa o ano à espera do carnaval e dos domingos no Maracanã (e agora à espera das Olimpíadas), a vida passa e ele é cada vez mais surrupiado. Alguém se lembra do Pan?

É ótimo ver o que o Lula está fazendo com a imagem do Brasil no mundo. Perceber que o país começa a ser respeitado lá fora e que temos na presidência “o” cara, como disse Obama. Mas enquanto eu enxergar que a educação, a saúde, os transportes e a polícia não respeitam ninguém e também não são respeitados (o que deve vir primeiro?), fica difícil levar alguma coisa a sério.

Hoje estive no prédio da Polícia Federal, no Centro do Rio, para pegar um documento. Fiquei boba com o lixo que é aquele lugar, um despeito com os funcionários do espaço, um despeito com quem paga imposto. Vocês já pararam para ver quanto pagamos de imposto em cima de cada conta? É bizarro! O pior é que a gente se pergunta para onde vai esse dinheiro e nem precisa imaginar muito para ter a resposta, é só abrir os jornais todos os dias e assistir à TV.

Daí é fácil vir julgar os bandidos do dia a dia, não adianta prender todos eles, o que tem que mudar é lá em cima, aliás, o buraco é mais embaixo. O que tem que mudar são as prioridades do Governo e a maneira de agir também. Não adianta tapar o sol com a peneira, e é isso que vem acontecendo. Mas, como o brasileiro gosta, “don’t worry be happy”.