terça-feira, 9 de fevereiro de 2010



O que é o fim? Lembro de ter aprendido a diferença entre “fim” e “final” numa das aulas do Ivo Luchesi, mas é verdade que a única coisa que me vem à cabeça agora é que o fim dói! A não ser que seja o final de um filme ruim. E quando foi um filme bom, daqueles que você sai da sala do cinema flutuando, com a cabeça cheia de ideias e uma sensação de entorpecimento?

Eu poderia usar aquelas baboseiras dos ditados populares, como “tudo que é bom dura pouco” ou “nada é pra sempre”. Mas a vida passa tão rápido, e o que é bom e nos fez bem vale tanto que não merece ditados populares.

O que dizer então? Acho que vale dizer à minha cabeça que nunca se esqueça das memórias que tem, vale dizer ao meu cérebro: “não esqueça as coisas que aprendeu”; vale dizer a mim mesma: “eu tenho que ter força para seguir em frente”. Vale dizer às minhas dúvidas, anseios e desejos que eles se acalmem, estou a caminho para encontrar as respostas.

E será que o fim pode significar um começo? Acho que sim. Na verdade, sempre que você termina algo um novo leque se abre e você pode começar outras histórias, jogos, viagens e as possibilidades são tantas que todas as cartas voltam ao baralho para serem embaralhadas de novo. Dizem que quem tem sorte no amor tem azar no jogo.

Contraditório, porque o amor por si só já é um jogo, mas que, infelizmente, nunca termina empatado.

crédito da foto: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bicodocorvo.com.br/wp-content/uploads/2009/03/o-fim-esta-proximo.jpg&imgrefurl=http://www.bicodocorvo.com.br/humor/o-fim-esta-proximo&usg=__vykEDxSOzNC1LbYIDg7YigpSwP8=&h=500&w=375&sz=115&hl=pt-BR&start=67&um=1&itbs=1&tbnid=IwBJ5Apwpk7H2M:&tbnh=130&tbnw=98&prev=/images%3Fq%3Dfim%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26client%3Dfirefox-a%26rls%3Dorg.mozilla:pt-BR:official%26sa%3DN%26start%3D60%26um%3D1

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Estou em busca de um sentido para a minha vida. Podem me chamar de louca, mas acho muito pouco trabalhar para pagar contas e comprar coisas. Sei de pessoas que viajam para vários lugares, não nas férias, mas na vida. Gente que conhece pessoas e suas necessidades. Gente que faz algo maior pelo próximo porque sente que deve, e não porque quer aparecer na TV.

Falando sobre isso com meu pai, lembrei da música “Ouro de Tolo”, do Raul Seixas.

Ouro de Tolo
Composição: Raul Seixas



Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...
Ah!

Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...