sexta-feira, 28 de maio de 2010

Que venham as borboletas!


Estava ouvindo uma cancao de amor e me toquei de que nao tenho ninguem que se encaixe nas letras. Nao consegui pensar em um so caso, acaso, rolo, ficante, sei la, que pudesse entrar naquela melodia e me levar pra longe, me trazer um cheiro, me fazer sorrir e sentir saudades. Me senti vazia e descobri que agora posso, enfim, de novo, desejar as borboletas na barriga! Por isso, vou colocar meu coracao a prova, abrir a janela, o sorriso e os bracos para que elas, as borboletas, entrem na minha casa.

Quero gostar de alguem, gostar de verdade, gostar ao ponto de querer ficar junto. Gostar e nao enjoar, gostar e desligar o "paquerometro", gostar e pronto!

E quando a gente gosta nao importa se ta na chuva, na fazenda, na casinha de sape, no deserto, no mato, na conchinchina, nao importa o lugar. Quando a gente gosta a gente muda de casa, adapta os gostos, quer fazer tudo junto! Quando a gente gosta a gente fica bobo olhando pro outro e achando linda a pinta miniscula que ele tem na boca, essas coisas bobas que so apaixonados percebem. 

Quando a gente ta mesmo afim de ser 2 nao tem duvidas. Um amor e uma cabana? Eu topo! Um camelo e o deserto? Perfeito! Uma nuvem sobre Paris? To dentro!

Quando voce ama vc muda de cidade, de estado, de pais, de continente! Nao existe razao. Quando tem amor tem musica, cor, alegria, risadas, maos dadas, carinho antes de dormir, tem outro corpo colado ao seu esquentando aquela madrugada fria.

O amor eh uma cilada interessante. A gente vive o amor, curte, dai a validade acaba e vc jura que "nunca mais", mas quando se da conta ja esta desejando fazer tudo de novo. E quem garante que vai dar certo e durar pra sempre? Quem garante que eh a pessoa certa? Quem garante que ele nao vai te trair? Quem garante que sera "na saude e na doenca"? Ninguem garante e mesmo assim a gente quer!

Sabe quando voce bebe demais, acorda na maior ressaca, pessimo, mas tem que ir trabalhar e passa mal o dia inteiro? Dai voce jura, de pe junto, que nunca mais vai encostar num copo de bebida. So que alguem disse pra gente que uma ressaca cura a outra. E por mais que vc saiba o quanto faz mal, que tudo pode terminar com uma injecao de glicose ou uma dor de cabeca magnifica, ainda assim vc enfia o pe na jaca muitas e muitas vezes. Com o amor eh a mesma coisa...

Lembro de um trecho de um poema do Vinicius de Morais, ele diz "O primeiro amor passou, o segundo amor passou, o terceiro amor passou, o quarto amor passou, mas o coracao continua..."

Entrando na onda do hebraico, ja que estou em Israel, lama lo?   (significa "por que nao?")

Por isso digo, que venham as borboletas!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Nao se pode gostar daquilo que nao se conhece" Idan Raichel

Da mesma maneira que nao devemos nos deixar levar pela primeira impressao, nao devemos, tambem, dizer que nao gostamos daquilo que nunca provamos ou vimos. O mundo eh gigante e a gente nasce conhecendo tao pouquinho dele, cabe a cada um pegar a coragem que tem, colocar debaixo do braco e ir ver o que eh que o mundo tem para mostrar.

Ninguem vai fazer isso por voce, vc pode ler todos os livros e ver todos os filmes sem sair de casa, mas o sabor de cada gente e de cada lugar precisa de mais tempo, de horas de voo, carro, coragem, paciencia e olhar curioso. Da mesma maneira que arabes, iranianos e judeus nao se entendem porque nao se conhecem,   os paises mais estranhos podem nos fazer pensar que nada tem a oferecer. O estranho pode causar raiva ou  odio, mas pode tambem te mostrar que eh possivel agregar quando colocamos o orgulho besta de lado e paramos para ouvir o proximo, por mais bizarro que ele possa parecer.

A briga entre as religioes, a disputa por uma terra Sagrada e a incompreensao nao fazem nenhum sentido! Sera que o Deus desse povo aprova tanta morte, tanta guerra? Acho pouco provavel.

Quando entro na Cidade Velha, em Jerusalem, e me conecto com toda aquela energia do Muro das Lamentacoes, percebo o quanto as palavras sao poderosas, elas movem muito mais coisas do que a bala que sai de um canhao e a explosao de uma bomba. Aquela historia de que "a uniao faz a forca" fez muito sentido pra mim aqui. (e olha que nao sou nadica de nada religiosa)

E se tudo na vida tem um sentido, se cada sentido eh diferente pra cada fe, se cada fe enxerga a historia de um jeito diferente, que importancia isso tem? Melhor ter amigos do que ter razao, nao?    Infelizmente nao eh assim que funciona no Oriente Medio (em outros lugares tb nao, mas em menor escala).

Se nada nessa vida eh por acaso, se o tal do Maktub ("esta escrito") existe, o final dessa viagem promete!

E se posso dar uma dica, faca algo que te de medo!! Aquilo que vc diz que nunca vai fazer, nao importa que idade tenha. Saltar de paraquedas, viajar sozinho, casar, terminar uma relacao que ja nao te emociona, qualquer coisa. So nao se acomode, a acomodacao, o "estou confortavel", eh a pior posicao na qual podemos nos encontrar, porque nesse ponto ja nao aprendemos mais nada, e, afinal, estamos aqui pra que?

Fui!

*direto de Jerusalem. Proximo stop: Dead Sea!
*desculpe a falta de acentos, nao tenho habilidade para escrever no MAC.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Amanhã é meu último dia em Paris, depois vou para Israel, onde vou conhecer as praias e as nights de Tel Aviv, a religiosidade de Jerusalém, os vinhos de Golã, a capoeira de Aiko, a salinidade do Mar Morto, as praias magníficas de Eilat e mais um monte de delícias desse lugar tão pouco conhecido e pouco falado no Brasil.

Mas, antes, ainda tenho um dia inteiro na Cidade da Luz, na companhia maravilhosa da minha amiga e anfitriã Malu e meu novo amigo parioca (ele diz que é 50% carioca e 50% parisiense), Julien. À noite, a Fabiene, flatmate da Malu, vai fazer uma despedida pra mim. Já separamos os intrumentos, Julien vai tocar cavaquinho, Malu o pandeiro, eu vou cantar e tocar o que der na telha, risos, e o resto é só felicidade. Ah! Separamos também duas garrafas de cachaça que a Fabiene tinha guardado no armário, vamos fazer caipirinhas.

É muito bacana a receptividade do francês para o carioca, me sinto em casa! Fora o cheirinho de cecê nas boates, a falta de guardanapos nos restaurantes, e algumas peculiaridades locais, estou adorando a cultura e a beleza da arquitetura antiga e bem trabalhada, os jardins bem cuidados, as ruas limpas, os restaurantes nas calçadas, o vinho e queijo baratos e tudo mais que eu poderia e estou curtindo em Paris. Sentirei saudades da cidade e mais ainda da minha amiga Malu, boa companhia  em qualquer lugar, no Rio de Janeiro, em Tiradentes ou em Paris.

Au revoir, bonsoir

sábado, 1 de maio de 2010

"Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí com um violão debaixo do braço..."