domingo, 12 de junho de 2011

Uma conversinha com o síndico!


Aqui com meus botões, neuras e pensamentos, me dei conta do seguinte: já está mais que na hora de chamar o síndico! E quem mais seria se não o Amor?! Claro que por trás de todas as nossas paranoias só poderia estar Ele, o sentimento que nos impulsiona ou atrasa.


Depois que me toquei disso, bati lá na porta do quartinho do zelador, pedi a chave da casa do Amor e fui ter uma conversinha gentil, sincera e esclarecedora. Comecei perguntando por que é que desejamos tanto que ele esteja nas nossas vidas e quando, finalmente, Santo Antônio ajuda, o que antes era uma promessa de romance de tela de cinema, vira angústia e insegurança.

Antes mesmo que ele pudesse responder, perguntei se algum sobrevivente de tantos altos e baixos, tantas paixões e desamores, finalmente conseguiu entender o” X” da questão e ser feliz para sempre. Ou isso seria apenas marketing cinematográfico, algo como “vamos instaurar uma utopia para que as pessoas não deixem de buscar a felicidade, sabendo nós que ela não existe”?

Quando o Amor pensou que eu estava surtando, ele me olhava de um jeito esquisito, resolvi parar e escutar. Ou isso ou com certeza ele chamaria a segurança. “Bom, vamos lá.”, ele disse e continuou: “Em primeiro lugar quem começa essa história toda é a Paixão, uma moça brincalhona e instável. Eu apareço depois, pra checar o estrago e tentar apaziguar, tentar mostrar coisinhas que não estão nas receitas que o Cinema, um dos meus inimigos mais poderosos, mostra para milhões e milhões de pessoas há anos.”

E ele continuou: “Gostar de alguém deveria dar menos trabalho, entende, Raïssa? Mas as mulheres modernas complicaram muito as coisas, vocês me dão uma trabalheira danada! Eu desconfio que o Ponto G de vocês esteja na cabeça, qualquer dia marcarei uma reunião com a Genética para ela me explicar e dizer se tenho ou não razão. É que vocês precisam racionalizar tudo, e para piorar, depois que a modernidade veio com toda a sua força, eu ganhei outro inimigo, o Joguinho, você o conhece bem.”

Ele pulsava com toda a sua força (o Amor é todo feito de coração), e falava sem parar: “Agora veja, antes eu só tinha que checar a quantas andava a Paixão, agora preciso reparar o que muitas vezes é irreparável. As mulheres se acham donas do mundo! Se acham as mais espertas e andam pra cima e pra baixo com o Joguinho. Os homens ficaram sem saber o que fazer, além disso, vocês exigem que eles andem de acordo com o script criado por vocês, herança do Cinema. E na maioria das vezes o rapaz não imagina que deveria representar um papel. Agora veja, os meus agentes “frio na barriga”, “mão suando”, “pernas tremendo”, “ansiedade”, “saudade”, “respeito”, “carinho”, “tesão” e “admiração” estão aí para provar que nem tudo é lógico e racional. Continuo fazendo o meu trabalho, muito mais difícil nesses novos tempos que inventaram, mas posso lhe assegurar que, sim, há sobreviventes! Relaxe, coloque um sorriso nesse rosto, com ele você consegue qualquer coisa, e vá se divertir com a Paixão. Vocês vão se dar bem! Só me faça um favor, se o Joguinho aparecer mande-o catar coquinho! Menospreze-o! Diga sempre para o outro aquilo que você sente, é melhor perder sendo você mesma do que nem tentar.”

Depois dessa eu não tinha argumentos, dei um beijo de agradecimento, perguntei o número do apartamento da Paixão e fui chamá-la para dar uma voltinha por aí!

sexta-feira, 10 de junho de 2011




Engula a saudade, a vontade e o desejo. Preencha o tempo que estava reservado para o romance com uma ida ao cinema, um vinho com as amigas ou, ainda, na frente da TV e uma bandeja de japonês. Finja que não tinha planos, que o programado nunca existiu, e vai ver não existiu mesmo. Conta para o espelho tudo aquilo que você gostaria de dizer pra ele: as banalidades da semana; o stress do trabalho; a amiga que veio de longe e a fez tomar um porre em plena quinta-feira; a ansiedade para começar no trabalho novo. Então, mais uma vez, engula a saudade, a vontade e o desejo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

...




É isso, não tem fórmula pra gente gostar de alguém. Podemos até estabelecer critérios do tipo: tem que ser culto; gostar de viajar; falar duas línguas, no mínimo; gostar de sexo, de cinema, de bebidas alcoólicas e comida japonesa. Não pode ser da área de exatas, a não ser que dentro dele more um louco filósofo. Tem que ter objetivos na vida, pulso forte e saber o momento exato de agarrar a gente pela cintura e dar um beijo “cala a boca”. 

Ok, ok, ok! Nada disso é determinante. São apenas itens de uma listinha desejável, mas, cá pra nós, conseguir reunir em um só cara tudo que gostamos é impossível.

E aí você conhece alguém que chega perto do ideal, e aí que o beijo encaixa, e aí que o papo é ótimo, e aí que ele te acalma, e aí que ele te diverte, tem pegada, é gostoso e inteligente. E aí que você acha que está fazendo tudo da maneira como deveria ser. De repente, vem o seu segundo "eu" e cochicha no seu ouvido que não vai dar certo.

O primeiro "eu", aquele atraído por esse cara que parece ser tudo-de-bom, começa a desconfiar também. Pensa se vai ser legal andar de mãos dadas por aí, na frente de amigos e desconhecidos. Pensa que com o tempo o sexo vai ficar monótono, pensa que já vai ter decifrado o cara. E aí, cadê o vento no rosto? 

O segundo "eu", aquele desconfiado, fica arrependido por ter lançado a dúvida. Eis que surge um terceiro – e quantos são os “eus” que nos habitam?, e sugere que a gente está apenas cansada das inúmeras responsabilidades: casa, trabalho, você mesma, a família... e a dúvida é do inconsciente se acostumando com a ideia de que terá mais um com quem se preocupar. 

Só que você passa por toda essa discussão interna, crente, crente que “agora sim eu vivi um grande amor...”  e não dá em nada.  Então chega a hora de uma reunião com todos os "eus" e também com o inconsciente e consciente para discutir o que diabos nós fizemos de errado, ou certo demais. Ninguém gosta do que é certo demais.

Então fica decidido que na próxima vamos fazer tudo ao contrário. Quem sabe, de cabeça pra baixo, sem muito melindre, a coisa funcione?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor." Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bom mesmo são os que se permitem o desequilíbrio de vez em quando, quem toma um porre, quem pensa e fala, quem chora, quem ri, quem abraça e abre a porta da alma para os devaneios. Os loucos são sempre queridos. Ah... e os certinhos são tão chatos...

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde

quarta-feira, 20 de abril de 2011


Mulher é um bicho muito figura mesmo, né?! A gente sai com um cara, gosta e volta pra casa criando uma fantasia digna das produções de Hollywood.  Daí a gente fica vivendo a fantasia e, pior, cobrando que o cara viva também, mas "pera" lá! Ninguém avisou ao coitado que ele deve representar o Hugh Grant! Daí quando o homem anda para a direita, fugindo do script desenhado por nós, a gente surta e acha que ele não está afim.



Aliás, têm listas e mais listas dizendo quais são os sinais que justificam que “Ele simplesmente não está afim de você”, as mulheres adoram usar essa desculpa e viver como as protagonistas desse filme. É óbvio que se o cara quer, ele corre atrás, mas tentar achar significados em cada passo que o Divo dá é demais. Assim a gente pira de verdade e o cara, aí sim, sai correndo.

Uma amiga estava na praia, meio frustrada porque o gato disse na noite anterior para eles irem juntos dar um mergulho, a manhã veio e nada. Ela estava lá, linda e bronzeada, mas tristinha porque a ligação não rolou. De repente minha amiga viu o cara passar com um amigo, andando a beira-mar. Bem na hora em que ela foi dar um mergulho. Pronto, baixou a paranoia woman – eu sei que todas sabem do que eu estou falando!- e ela voltou furiosa para a areia. “Eu sei que ele me viu! Por que não veio falar comigo?” E nosso amigo homem, opinião essencial nessas horas, disse: “gata, ele não te viu. E você me disse que ele tem miopia, ele não te viu mesmo!”

Mas nada tirava da cabeça dela que o cara a tinha visto e não parou para dar oi. Foi o suficiente para que as noites calientes, os carinhos, as saídas gostosas desmoronassem como um castelinho de areia daquela mesma praia. Ela afirmava que não ia mais ligar pra ele, a partir daquele dia não estava mais afim. Dizia que não ia mandar mensagem, “ele que morresse afogado”! Ahãn... Não bastou para que em alguns minutos ela estivesse com aquela cara de louca, celular nas mãos, dedos a postos e mensagem bomba a caminho! Eu olhei e disse: “Gata, o que você está fazendo?” e ela: “Gata, se eu não mandar essa mensagem não vou ficar tranqüila.”

Nós mulheres sabemos que isso nunca dá certo, mas a envolvida no caso nunca consegue se conter, mesmo sabendo que está fazendo besteira. Nosso amigo homem riu e disse o que o cara ia responder, não deu outra. O menino disse que não tinha visto minha amiga e, agora sim, veio ao encontro dela. Em poucos minutos era só love à minha frente. Tá vendo? Porque a gente surta?

Se as mulheres fossem menos inseguras esses surtos nunca aconteceriam, mas tenho que concordar que o homem carioca deixa a gente doida! É muita mulher bonita na cidade, sol, praia e cerveja. Você sai, beija o gato, sai mais umas duas vezes, daí ele toma Doril e nunca mais se tem notícias. 

Não sei o que acontece, tudo parece perfeito até que...não sei. E aí a mulherada corre para os cinemas, seriados, novelas e fica desejando viver aquilo. Mas cá pra nós, em filme dá tudo certo, é tudo lindo, perfeito, com certo drama, mas no final é Happy End. Na vida real a gente precisa se esforçar para manter os pés no chão e ficar equilibrada. 

Esses mesmos caras que somem de repente reaparecem namorando, e eu tenho a sensação de que eles vão buscar as namoradas numa fábrica de “smurphetes!”



As meninas são padronizadas: cabelos iguais, roupas iguais, atitudes iguais. As moças com personalidade para se vestir e levar a vida no dia a dia parecem assustar, sei lá. A minha sensação é de que isso só acontece no Brasil, não falo por achismo não, é experiência mesmo. Digamos assim, um “laboratório amoroso”.

Então a gente vai levando entre um surto e outro, “menos esperando encontrar alguém”, que é o que dizem: “quando você menos esperar, acontece!” Só que tem gente aí “menos esperando” há muito tempo. O lado bom é: temos sol, praia, calor, sambinha e cerveja, podemos esperar sentadas ali no Posto 10! De quebra, a vista sensacional dos gatos e do Morro Dois Irmãos. Nada mal...

terça-feira, 19 de abril de 2011





Seu cheiro, seu beijo, sua pele, seu braço, seu laço, minha festa!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Shalom, shalom




Fico tentando entender meu carinho por Israel, não por que precise, mas porque eu tenho essa mania de explicar as coisas; não para os outros, mas para mim mesma. É certo que tudo começou com uma paixão. Só que as coisas se misturaram e hoje, quando vejo na TV que um ônibus explodiu em Jerusalém, sinto a dor em mim também.

Eu sempre volto ao que o Idan Raichel disse quando foi entrevistado pelo caderno Megazine, do jornal O Globo. “Você não pode odiar aquilo que não conhece!”. Pensando nisso e deixando de lado todo o preconceito, que nunca existiu em mim, coloquei a mochila nas costas e fui ver o que é que Israel tem. 

Descobri um país lindo, rico, educado, poliglota, amável e com a autoestima abalada. Afinal, como você se sentiria se o seu país vivesse na iminência de uma guerra? E se todos os seus passos políticos fossem sempre vistos como os do inimigo? Acontece que não há quem os proteja dos maus olhos do mundo, a história foi contada de um jeito e a maioria das pessoas acredita num livro só!

Só que no meio disso tudo, e de quem está certo ou quem está errado, tem um povo. Têm jovens que só querem que isso tudo acabe, gente que só deseja sair da faculdade e não ter que sair correndo de repente porque a guerra estourou ou, pior, como aconteceu hoje, explodir junto com um ônibus. Matéria do G1

A realidade é dura, mas o povo é muito querido. A mistura racial é impressionante, a música é vibrante, as danças sensuais, a arquitetura ousada! Tudo em Israel tem vida e cor. A começar pela orla de Tel Aviv, azul da cor do Mar Mediterrâneo, e o sol que ilumina as montanhas de Eilat  e dá vida ao Mar Vermelho. E a cidade de Jerusalém, dourada pelos reflexos da luz do sol em suas pedras,  e Haifa, verde-limão. 

A hospitalidade é familiar, tive a chave da casa de muitos amigos recentes. Não fiquei sem companhia um só dia, tive carona, tive carinho, ouvidos e, principalmente, a oportunidade de conhecer a história de quem vive nas páginas dos jornais do Ocidente, mas de um jeito muito diferente do que é na realidade.

É por isso que hoje fiquei triste. É o primeiro ataque a bomba em Jerusalém desde 2004! E o que isso vai significar ainda não se sabe.

"Não há mais nenhuma possibilidade de pensar a vida somente em termos de divisões e territórios soberanos como manda o dogma do nacionalismo moderno sem, ao lado disso, repensá-lo como feito de tradições e pessoas que, antes de serem indivíduos, são parte de totalidades: são pedaços de um quadro que lhes dá sentido e que somente ganha realidade com a sua presença...."  (A Mensagem das catátrofes – Roberto daMATTA)

sábado, 19 de março de 2011

"Que tal nós dois
Numa banheira de espuma
El cuerpo caliente
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma..." Rita Lee
Quantas pessoas passam pelas nossas vidas e quantas são necessárias até que alguém decida ficar? Quantas pessoas ficam até que você comece a enjoar e quantas se vão depois de tentar o que não era mais pra ser? Quanto tempo dura essa busca e quanta paciência ainda nos resta para continuar arriscando? Quantos lances queremos que sejam só isso mesmo, e em quantos a gente aposta e não dá em nada?


Me dei conta de que não sofro por ninguém há muito tempo. Saudade de fazer loucuras, de comprar presentinhos bobos do nada, de achar que vou MORRER por ficar um dia longe. Affe, que saudades de sofrer por amor! Mais até do que de amar. Amar é ruim demais no verão, pois está quente e a última coisa que eu quero é outro corpo suando colado junto com o meu, preciso de espaço no verão.

Só que o inverno começa a dar o ar da graça, o carnaval acabou, as pessoas começam agora a ficarem menos bronzeadas, menos cariocas talvez. E eu sinto que o vazio é proporcional ao número de flertes, porque você flerta, transa, mas não namora. E no contrato imaginário do namoro está incluído coisas gostosas, como viajar pra Mauá, ficar debaixo das cobertas no domingo, sair pra jantar e voltar pra casa, ter um sexo incrível e não ter que se preocupar em colocar a pessoa no rumo de casa ou de ir você mesmo pra sua casa.

No namoro você ganha o direito de adormecer no peito do outro, ganha cafuné, acorda e toma café da manhã depois de um banho sensacional e de pentear os cabelos. Rs É que quando se é solteiro e só se tem um caso, vc acorda com a maquiagem borrada, cabelo embolado e tem que pegar um táxi assim mesmo, como se fosse a mulher do Frankstein. Além, é claro, de ter que ser cínica o suficiente para ignorar o taxista e as pessoas que te olham assustadas na rua.

Enfim, quantas vezes a gente vai se perder e se achar. E se encontrar e se perder?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Não importa há quanto tempo duas pessoas se conheçam, tem gente que hoje ou daqui há 10 anos vai nos deixar com aquela sensação de primeira vez. Nervoso, pernas e mãos tremendo. Tem caras incríveis no meio de gente que não vale nada. Tem caras sensacionais, na verdade.


Saudades de sentir um calor no peito, saudades de sofrer. Tem gente que sente isso o tempo inteiro e não vai concordar comigo, vai até dizer: “Você está louca???”. Aí é que tá, quero enlouquecer por alguém, quero me dar, quero ir além do calor de um encontro casual, mas CARAMBA, como é difícil ir além!

Primeiros encontros com data de validade são os que mais encontro. E no meio desses tem aquele que volta, aquele que mexe, aquele que faz as horas passarem e eu nem sequer perceber. Têm aqueles caras, não os que dizem os blablablas usuais dos bares, falo daqueles que anos depois ainda fazem a gente se sentir uma menina boba na porta da faculdade.

E como é difícil deixa-los ir embora. Queria dizer, fica! Queria e odeio não fazer o que me dá na telha! E ele percebe minha aflição, tenta explicar, mas mulheres como eu não querem desculpa. Mulheres como eu não querem ouvir a verdade talvez. “Mentiras sinceras me interessam”, então fica aqui comigo. Já me acostumei a acordar no dia seguinte obrigada a esquecer a noite anterior. Mas esses caras não ficam, até porque eu nunca diria para ficar. Eu nunca diria a alguém o que fazer, a única exigência é viver o que quiser.

Então eles vão e o vazio continua.

Hoje conversei com um desses caras. A verdade é que a única coisa nessa vida que faz sentido é ter alguém, de fato é impossível ser feliz sozinho! Que graça tem ser a pessoa mais bem sucedida do mundo se você não tem pra quem contar? Que graça tem conquistar qualquer coisa se você não tem pra quem ligar e dizer: Eu tenho tanto pracontar!” E ouvir do outro lado: “sou todo ouvidos!”.

Não tem graça e eu não quero ficar só. ÓÓÓÓÓÓ jura? Novidade. Ninguém quer! Só que as chances de alguém gostar de você do jeito que você é, infelizmente, é muito inferior a quantidade de gente que vai te conhecer, querer te levar pra cama e só!

Linda ou não, tanto faz. A realidade é igual pra todo mundo.

Disso tudo, só a constatação de que tem gente que mexe com a gente, mexe mesmo. E vai continuar mexendo pro resto da vida! Não tem saída.

Durmo hoje com a vontade do beijo que não dei. Boa noite!

Coração-bobo
Coração
Coração-bola
Coração-balão
Coração-São-João
A gente
Se ilude, dizendo:
"Já não há mais coração!" Alceu Valença

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Vamos?



Uma confusão de sentimentos se misturam ao vácuo. Ideias, milhares, vão se embolando e pedindo peloamordedeus para serem realizadas, pertubam meu sono e puxam meu pé durante a noite. Sonhos vêm me acordar e pedem que eu abra os olhos e os faça reais.

Inconstância, nervosismo, ansiedade, tudo junto, vão me tomando. A criatividade impera. Levanto da cama e começo a organizar gavetas e a desempacotar o que há muito agoniza lá dentro. Levanto como um operário, não mais um artista, e começo a montar as máquinas que sem movimento enferrujam.

Pego no sono e acordo achando viver dentro de um pesadelo disfarçado do que chamam de “vida normal”, aquilo que os loucos chamam de rotina. A minha consciência grita: Tem muito, mas muito mais lá fora. 

E não é que tem?

Levanto e calço minhas sapatilhas de bailarina alucinada, lavo o rosto e encaro a janela, os pássaros e o Cristo de braços abertos na montanha que se insinua no topo da cidade.

Vou pra rua. Encontro bocas, frases soltas, pés, movimentos iguais. Cadê o que eu gosto? Línguas que não entendo, esquinas por onde nunca passei, encontros casuais que me fazem mudar de calçada e coisas que ainda desconheço.

Não sei, mas temo quando meus olhos nao avistam novidades. A ansiedade por deixar fluir as ideias loucas, ou não, que me passam pela cabeça é tanta que, quando me vejo, estou prestes a entrar na conversa de um grupo gringo exaltado. Só pelo prazer de gastar a língua estrangeira e de, sei lá, me sentir compreendida. Quem sabe?

Ninguém sabe de nada, não mais que os sonhos que me acordam na madrugada. Não mais que eu mesma quando estou sozinha num lugar desconhecido ou mesmo prestes a ganhar asas dentro de um avião.

E os sentimentos vão se amontoando, produzidos por um maquinário incrível impulsionado por filmes, lembranças e desejos. E me pego vivendo enredos de uma história dirigida por mim mesma: medos e barreiras que transponho, e a coragem de se largar e curtir a brisa de vez em quando. E no primeiro aviso da aterrissagem, porque a gente sempre toca o chão de novo, pego o tênis e a corrida continua.

Se estou querendo escapar? Talvez. Querendo fugir de mim? Às vezes. Mas, principalmente, das correntes que embalam as caixas guardadas nas minhas gavetas. Na etiqueta o mesmo aviso de sempre: “Desembrulhe!”

Peguei um vaso com uma planta no lixo. Na verdade um galho seco. 

Não sei por que, mas o achei tão bonito. Confesso que, em momento algum, tive a pretensão de fazer florir qualquer coisa viva que ainda estivesse ali. Não fosse a diarista, o galho nunca teria conhecido o sabor da água.

E eu continuava a olhar e a esperar sabe-se lá o que, contrariando todas as pessoas que diziam para eu me desfazer “daquilo”. "É uma planta morta", eles diziam, mas eu via um galho bonito. Pensei em comprar borboletas e fazê-las ficarem dependuras em cada ramo.

Dizem que se compram sonhos, mas näo encontrei quem vendesse borboletas!

Chegou o Natal e pensei em fazer uma árvore bacana com bolas coloridas, algodão e anjinhos. Não o fiz. Passaram as festas e o galho jazia na sala com as raízes cada vez mais cinzas e sem forças.

Chegou o verão, e como as estaçoes passam depressa, segui acreditando que talvez na primavera... mas como é demais esperar as coisas de alguém, amanhã vou levar o vaso e seu galho bonito lá pra baixo e, agora sim, esperar que alguém o pegue. Afinal, eu não achei onde comprar as borboletas e nem elas se atreveram a pousar aqui.

Então, quem passar pela minha calçada amanhã verá só uma planta que já morreu e esqueceram de enterrar. Ou, quem sabe, pense diferente.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


E no meio do caminho tinha o Tom Cruise encarnado em Top Gun...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Fui assistir ao espetáculo "Hair" , no Oi Casagrande, e voltei pensando, obviamente por conta do tema hippie do musical, o quanto o amor era um sentimento simples naquela época. Nos anos 60, amar e se deixar amar era fácil, as pessoas se gostavam, as vezes gostavam de dois, três ou dez ao mesmo tempo e viviam numa boa. Elas não ficavam tentando impedir aquele sentimento, amar era o grande barato junto com as outras drogas da época. 

Assim como nós, do ano 2000, temos a pretensiosa tendencia a valorizar a época na qual vivemos, acredito que também temos a mania de complicar os sentimentos e o próprio dia a dia, num exercício narcisista de provar para todos, inclusive às pessoas do século passado (aliás, principalmente a eles) que somos melhores e mais importantes.

Complicamos e acabamos confundindo a cabeça alheia e a nossa também. Por que não viver, por que tudo tem que ter um sentido, um final pré-determinado? Será que se a gente vivesse tudo que gostaríamos completamente, e não pequenas parcelas como as vezes acontece, nós iríamos gostar? Porque, aparentemente, uma mordida num picolé que não é nosso e o fato de nao poder comê-lo inteiro, nos faz acreditar que aquele é o " picolé dos picolés". No entanto, adquirido o sabor inteiro, a ideia pode mudar... "Nossa, como esse picolé enjoa..."

Nós queremos sempre aquilo que não podemos ter, óóó, até aí não descobri nada. Shopenhauer já falou sobre a Pulsão de Morte, estamos sempre desejando algo e quando obtemos não queremos mais. Queremos outra coisa. É uma necessidade constante de satisfação que quando atingida dura poucos segundos até que um novo objeto seja mirado. A única maneira de conseguir se safar, as duas únicas, seriam a morte e a arte. A segunda é para poucos, infelizmente. Porém, outra arte também faz a gente deixar de lado esse dejeso insano, ao menos eu funciono assim, o amor! Por isso os hippies eram tão tranquilos?

...

Amar não precisa estar diretamente ligado ao casamento, mas sim à satisfação da companhia. E se pensarmos assim a coisa fica mais leve. O que tiver que ser vai ser, mas isso a gente só vai descobrir lá na frente. Então tire as suas preocupações do caminho e vamos leve pela vida. Desejando, sendo desejados... Afinal, não temos só o amor para preencher a caixola, quem tem amor ao trabalho, à casa, ao estudo, etc, sabe disso.

Equilíbrio, isso é essencial!