quarta-feira, 31 de março de 2010

Fumar ou não fumar, eis a questão


Quase todo mundo já experimentou ou vai experimentar um dia. A questão é, por que procuramos esse “negocinho” fedorento chamado cigarro? Um amigo disse ontem: “-quem fuma está querendo substituir algo que está faltando.”. É verdade.

O cigarro fica valendo como válvula de escape para os problemas. Mas nem sempre foi assim, o cigarro surgiu como símbolo sexy nas telas do cinema. Fumar era sexy, hoje é feio! Quem fuma não pode praticar a ação dentro de ambientes fechados, tem que ir pra rua. Quem fuma recebe olhares de reprovação, cara feia, mãos abando na frente do rosto, etc.

Tem gente que fuma para o resto da vida, mesmo sabendo que corre o risco de desenvolver doenças sérias. Tenho exemplos próximos, mas não quero aprofundar o lado mórbido da coisa. Cada um sabe de si. “Free, cada um na sua!”

terça-feira, 23 de março de 2010



Quem é essa estranha que me olhou no espelho às seis da manhã? Vestiu uma roupa em mim que eu não sabia que tinha. Prendeu o cabelo de um jeito que revelava as orelhas de abano. Comeu pão com polenguinho, e fizera desse café - da - manhã um hábito por duas semanas. A menina de olhos bonitos, cor de mel, voz rouca e intensa nos pensamentos, mas confusa na fala, se apresentara a mim como eu mesma.

“-Quem é você?” Perguntei dois dias depois de muita confusão entre a gente e aproveitei para recuperar meu espaço: “Eu gosto de yogurte de manhã, de preferência com sucrilhos ou pode ser banana amassada com linhaça e mel. Suco de soja, por favor!” Implorei por esse desejo, mas fui NEGADA!

Ela leu meus pensamentos durante um tempo, conversou com meus amigos, foi grossa com gente mal-educada e mostrou um lado B do meu lado A. Essa moça revelou umas coisinhas, brigou com gente que não devia e na hora de se defender me deixou na pista: cara de boba e nenhum argumento que justificasse suas atitudes.

Não foi fácil, mas quando já estava me acostumando ela foi embora e me deixou com uma outra, trazida pelo vento que vem lá da Zona Oeste, uma menina boba e apaixonada que não entende muito da vida e na hora de falar se cala. Sei que não vai ficar muito tempo, mas espero que seja substituída por outra logo, mais madura e mais esperta. Se bem que a displicência e impetuosidade dela me animam. Ela “gosto” de usar blusa sem sutiã. Gosto de pensar menos e ler poesias bem alto, quase recitando para o vizinho do apartamento de baixo. Adoro dançar freneticamente no meio da sala ao som de Leoni.

O dia azul lá fora, a altura que não me apavora e meu coração à beira do precipício: abobalhado, mas feliz. Ela me deixa feliz, esse meu eu. Essa “minha menina minha” que está à espreita de me fazer entender outros eus que fazem parte do meu todo. A outra está ali no canto, observando se faço bom uso de seus ensinamentos. Disparo a enlouquecer de tanto aprendizado quase que instantâneo de vida comigo mesma. Acordei outro dia, era outro eu, respondi: Bom Dia!

terça-feira, 16 de março de 2010

“Não matei, mas sei quem fui”




É o título de uma peça que reestreia hoje no Teatro Vannucci, na Gávea (RJ),depois de duas curtas temporadas no Café Pequeno e no Glaúcio Gil. O espetáculo é, além de uma comédia das mais sacanas, uma discussão sobre o autoconhecimento.

Depois de levar a chefe para o motel pensando que vai ganhar uma promoção, a mulher morre e o cara começa uma investigação para descobrir qual de seus “eus” a matou.  

Muitas pessoas já escreveram, cantaram e acharam graça da multiplicidade do ser humano. Dizem que os geminianos é que são múltiplos, estendem essa característica para as mulheres, mas, na verdade, todos nós temos mais de uma pessoa dentro de si. Nós temos o fanfarrão que se destaca quando estamos solteiros, livres, leves e soltos pelo mundo. Temos o fiel quando estamos apaixonados, temos o aventureiro quando decidimos fechar os olhos e fazer rafting, saltar de paraquedas, parapente e bungging jump. Tem também o chorão, o valente o inconsequente, o carente, o indeciso, a criança, o adulto. Somos vários num só, e é aí que está a graça.

É como se nossos “eus” ficassem numa fila a postos. No primeiro sinal, o guardião grita: “Chorão, vem cá”; “Entusiasta, é sua vez!”, “Preguiçoso, pode assumir hoje”. É claro que as coisas fogem do controle de vez em quando, e aí somos grossos na hora que era para sermos calmos. Somos “fanfas” com quem merecia mais cuidado. Somos exagerados quando o momento pedia cautela. E isso é normal também, não dá para ter controle de tudo.  Só o nosso lado controlador pensa assim, mas ainda bem que ele não é um só.



terça-feira, 9 de março de 2010

Playing


Qual é o momento exato para se fazer as coisas? Quando é que devemos apertar o “eject” de onde estamos para testar novas direções? E quais são os lugares perfeitos para se dar um novo “start”? Quais são as pessoas que estão no momento oposto ao seu e não vão entender “bulunfas” do que você está fazendo? Tem um monte de gente que vai apontar o dedo na direção oposta e dizer que o certo é ir para o outro lado, mas aí você não quer saber do certo, não quer saber do errado, quer saber do que você está com vontade de fazer, e pronto!

Let’s play! Você joga todas as cartas para o alto, roda o globo, fecha os olhos e vê aonde aquilo tudo vai te levar. Arruma as malar sem pensar duas vezes, se desfaz do que só faz pesar a sua mochila, coloca nas costas e pega o avião, trem, ônibus, carona e o que mais te levar para algum lugar. Não é leviandade, não é perda de tempo.

No filme “Amor sem escalas” o personagem do (divo!) George Clooney fala sobre as mochilas que a gente carrega na vida. Ele manda você “colocar” tudo dentro da mochila, sua casa, roupas, carros, joias, móveis, amigos, trabalho, família. E aí manda você colocar a mochila nas costas e tentar andar. Não rola! Está pesada demais. E a gente passa a vida inteira enchendo mais e mais essa mochila, até que um dia você não consegue mais ir para lugar nenhum.

Fiz minha mudança no fim de semana e descobri que eu tenho mais coisas do que preciso. E olha que passei praticamente 1 mês com apenas 1 mala de roupas e três sapatos. Vivi super bem. Agora estou com todas as minhas roupas, bolsas e sapatos e sinto que fiquei mais pesada. É mais difícil na hora de se arrumar porque as opções são tantas que você começa a achar que não tem nada. E quer saber do que mais eu sinto falta? Dos meus livros e CD’s na estante e meus quadros na parede.

Li a coluna da Danuza Leão publicada no domingo na Folha. Ela fala sobre a época na qual tudo que nós desejávamos era o que era falado naquela música da Elis,

“Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais.”

Hoje em dia a gente tem a sensação de precisar de mais do que isso. E a mochila do homem moderno está muito pesada. Tanto que ele não consegue se livrar daquilo de que não precisa. A mochila pesa tanto que a cabeça anda mirada para baixo e ele não vê os horizontes e as possibilidades de uma outra vida.

Já disse isso aqui outras vezes, minha mãe me ensinou muitas coisas, entre elas “Viver não é preciso, viajar é”. E como você faz isso se a mochila estiver pesada?



Eu disse para um amigo que até os 30 anos você pode tentar qualquer coisa. Naquele vídeo do “Sunscreen” tem uma frase interessante: “Não desanime se aos vinte anos você não souber o que quer da vida. Algumas das pessoas mais interessantes que eu conheço ainda não sabem aos 30”.

Lembro também de uma aula da Valderez, antiga professora ou professora antiga da Facha, numa das aulas ela questionou a turma: “-Qual o sentido da vida?”. Na época eu dei alguma resposta que a turma inteira admirou, não lembro qual foi exatamente, mas estava na ponta da língua. Mas o sentido da vida não é universal. Tem gente que acha que é nascer, procriar e morrer. O sentido da vida é diferente para cada um. Na verdade não existe. Lembrei agora da propaganda do canal Futura, “Não são as repostas que movem o mundo, são as perguntas.” E quando você para de questionar, quando não tem mais curiosidade sobre o outro ou sobre o espaço onde vive, é hora de mudar. Afinal, tem muito para se ver por aí. E como eu disse antes, até os 30 anos você pode arriscar, e a hora é agora!

quarta-feira, 3 de março de 2010



Por que as pessoas têm tanto preconceito com a separação? Se você é filho de pais separados os outros dizem que entendem o seu ponto de vista da vida. Como se fosse um olhar criminoso das coisas. “Pobre coitado, é filho de pais separados”, dizem por aí. Será? Pra mim, ser filha de pais separados significa saber o real significado de ser feliz. Se meu pai não aguentava mais a minha mãe e minha mãe não aguentava mais a cara do meu pai, por que cargas d’água eles deveriam continuar juntos? Por causa de mim e dos meus irmãos? Não teria sentido! Hoje se dão muito melhor sendo amigos.

Menos sentido ainda eu vejo nos casais que têm 60 anos de casados e mal se falam, debocham do que o outro diz, não dormem de conchinha e não são felizes. Se for pra ficar junto, se entrou no mesmo barco, o casal deve, é claro, fazer de tudo que puder para manter a relação, mas não mantê-la apenas, mantê-la saudável, alegre, com amor, sexo e parceria. E quando não for o caso, quando as tentativas rarearem e der vontade de sair pelo mundo e tentar de novo, as pessoas têm que ir e ver no que vai dar.


Ninguém quer ser infeliz, ninguém entra numa relação para separar, ninguém mora junto sem acreditar que é pra sempre. Mas o ser - humano é um bicho complicado, tem manias, chatices, e o mais grave e óbvio, é diferente do seu par, portanto, as chances de um casamento darem errado são de 50%.

E quando dá errado e um dos dois pula fora do barco? Se não houve traição, se não há mágoa, se foi tudo lindo e maravilhoso, resta agora manter essas lembranças. E por respeito ao que viveu, um casal deve respeitar o outro e, ao invés de dizer que a relação deu errado, deve pensar o contrário: deu certo! Enquanto estiveram apaixonados deu certo! Enquanto houve amor, deu super certo! Mas achar que é obrigado a obedecer ao “até que a morte nos separe” é suicídio!



Todos têm direito a amar e “desamar”. As pessoas mudam de ideia, ainda bem! Podem resolver fazer um caminho diferente, pegar uma estrada ao invés de ir de avião, mesmo se sempre disseram que preferiam voar. Eu não pretendo ficar enraizada nas mesmas ideias e pensamentos a vida inteira. Nem acho que as pessoas deveriam. Por que faríamos isso se temos duas pernas para ir aonde quisermos?

Por que faríamos isso se podemos sair à procura da sensação das borboletas na barriga ao invés de ficarmos “No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...”?



segunda-feira, 1 de março de 2010


Medo: é o que corre pelas veias e sai do corpo feito suor. Um suor que não seca, não evapora, mas pesa na roupa.

Doce: aquele que acalma a tpm da mulher, adoça a boca da criança e que enjoa quando é demais.