terça-feira, 13 de abril de 2010



Não sou mais metade de alguém. Voltei a ser inteira. Não tenho mais 50% de chances de fazer o que eu quero, tenho o total poder de escolha. Não divido mais contas de restaurante, conta de luz, gás, condomínio e aluguel. Não recebo olhares reprovativos em relação aos meus modos e minhas roupas, saio nua se quiser (e o Igor diz que é a melhor coisa do mundo). Não cozinho pra mais ninguém, só para os amigos mais próximos. Não recebo ordens dos meus pais, só conselhos.

Ninguém controla meu dinheiro, meus horários, meus dias, fins de semana e férias. Ninguém me acorda querendo sexo naquela manhã na qual eu estou querendo sono até tarde. Ninguém me liga para saber por que “cargas d’água” já é tão tarde e eu ainda estou na “padoca” comendo churrasquinho, vendo o jogo e tomando cerva. E, se der a louca de sair pra dançar até de manhã com as amigas, ninguém vai me olhar de cara feia.

O Igor (ele de novo, quase o profeta desse meu post) diz que namorar é complicado, por isso suas relações não passam de 4 meses (na verdade 1 relação durou tanto). Já eu penso que casar é a pior e a melhor coisa que a gente pode fazer na vida. A melhor, porque dividir nossos dias e participar dos dias de alguém é intenso e nenhum namoro de 7 anos traz tanta intimidade quanto morar junto por 1 ano e meio. A pior, porque é realmente complicado!

É claro que vou seguir o conselho do meu amigo Da Ghama, ele disse “permita que o amor sempre, sempre, sempre, invada a sua casa coração”. A casa está apenas fechada para balanço, repintando as paredes, reformando os quartos e trocando a mobília da sala para depois colocar as flores nos vasos e esperar as borboletas na janela. Pode levar um tempo, eu penso.

Mas, Igor, se eu puder te dar um conselho, pra gente dizer que algo é complicado a gente precisa tentar, mas tentar de verdade. Ninguém pode não gostar daquilo que não conhece. E quando a gente gosta de alguém, não tem “a”, “b”, “c”, “d”, não tem blábláblá. Gosta e pronto! Gosta e quer dividir tudo. Gosta e quer um amor e uma cabana e dane-se o mundo. Quando a gente gosta de alguém a gente não quer mais ser inteiro, quer ser metade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MULHERES 2.0




Outro dia li uma matéria sobre falta de personalidade. Não lembro o veículo nem a autoria, mas falava sobre as mulheres que começavam a namorar jogadores de futebol e viravam torcedoras e malucas por notícias de esportes. Mulheres que começavam a se relacionar com vegetarianos e trocavam o Porcão pelo Vegan, e por aí vai.

Mas num mundo 2.0, onde as pessoas são globalizadas, cheias de informações e perfis na internet, fica tão complicado ser uma coisa só. Não? E quem não quer achar alguém para chamar de seu? Todos querem. Por isso, a individua do primeiro parágrafo pode pensar: “Melhor o Vegan com meu amor do lado do que o Porcão com as amigas.”. Será?

Vejo muita gente perdida, sem saber o que é, para onde vai e de onde veio. Gente que não sabe se agrada mais sendo como é, engraçadinha e cheia de piadas, ou séria e “na dela”. Quem é do primeiro jeito vai sempre achar que agradaria mais sendo do segundo, e vice versa. A verdade é que as pessoas estão sem saber seus devidos lugares.

A insegurança tomou conta. As exigências são milhares, você tem que ser linda, bem sucedida, bem vestida, bem cheirosa, humor na medida certa, seriedade idem, classe, maluquice, músculos, tudo balanceado. Não demora muito, teremos sistemas capazes de medir o “perfeito” de cada ser humano, e a cada desajuste seremos mandados para a oficina.  Alguém duvida?      


quarta-feira, 7 de abril de 2010


O que é a distância quando temos a internet? Não importa se a outra pessoa está em New Jersey, na Califórnia, em Paris ou em Israel. Com o uso do MSN, Facebook e Skype, as distâncias se calaram e deram lugar à imagem e ao som.


O beijo estalado na tela do computador quase chega à bochecha (ou boca) do outro lado do mundo, sinto até estalar. O “Hiiiii” sai tão nítido que pareço ter ouvido de pertinho, colado ao meu ouvido. É perfeito! E eu estou ainda mais maravilhada com essa tecnologia, que, na verdade, uso todos os dias para trabalhar.

Ao mesmo tempo em que as línguas são uma barreira, a internet quebra esse vão com dicionários e tradutores online e todo tipo de ferramenta para facilitar a comunicação, integração e sociabilidade entre os povos. Às favas a China e sua implicância com o Google, às favas Hugo Chaves e suas delimitações à imprensa. Eu sei que eles sabem que a comunicação destrói barreiras e manda-chuvas imponentes e autoritários. E, é claro, por isso o cerco.

Mas vamos lá continuar celebrando, nos países que tem essa sorte, o uso dessa ferramenta incrível que é a internet. Facebook, Msn e Skype, obrigada por vocês existirem!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010



Feriado Cult. Assisti a 3 filmes que estão no circuito Estação. O segredo dos seus olhos, Direito de amar (prefiro o nome original A Single man) e Um homem sério. Uma coisa eles têm em comum, falam sobre o tempo e o medo. Todos nós sentimos medo: medo de bicho papão quando somos crianças, medo do pai e da mãe morrer, medo de se afogar, medo de ser rejeitado, medo de não entrar pra faculdade, medo de não conseguir emprego, medo de avião, medo de arriscar... Com o tempo tudo vai se encaixando e novos medos aparecem.


E quais são os momentos que deixamos de viver porque temos medo? Quantas oportunidades, amores, viagens, casos e histórias o destino traçou e a gente não foi adiante porque na hora “h” faltou exatamente a coragem?

Têm palavrinhas que ficam presas na língua e a gente não deixa escapar, com isso passamos incompletos o resto da vida. Tem também as lembranças que aprisionam e paralisam a gente no passado e com isso não conseguimos ir para frente.

Se nós não vivemos plenos, se não respeitamos nossas emoções e desejos porque tememos, nunca estaremos completos. Se passarmos a vida pensando no que temos vontade, mas nunca nos mexermos para viver aquilo, nunca saberemos o que aconteceria. Existe uma significativa distância entre a vida que levamos e a que desejamos, e esse vão é só a barreira entre o medo e a coragem de arriscar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dias de vazio. Sabe como é? O tempo lá fora mostra uma face menos bonita com nuvens negras no espaço branco flutuante. Embaixo, nossas cabeças apenas. E, como num reflexo, o que há dentro também é branco. Nesse instante, deixo de ter a cabecinha povoada pelas cores e movimentos e não há nada mais além do silêncio. A música deu um pause, e olha que isso é raro pra mim, meu ipod natural está quase sempre funcionando.

Em dias assim tudo que eu mais quero é uma casinha no campo, na praia ou no mato, com varanda, rede, cheiro de chuva e barulho de bicho. Como moro no meio da cidade e não terei chances de fugir por alguns dias, fico só na vontade.