domingo, 12 de junho de 2011

Uma conversinha com o síndico!


Aqui com meus botões, neuras e pensamentos, me dei conta do seguinte: já está mais que na hora de chamar o síndico! E quem mais seria se não o Amor?! Claro que por trás de todas as nossas paranoias só poderia estar Ele, o sentimento que nos impulsiona ou atrasa.


Depois que me toquei disso, bati lá na porta do quartinho do zelador, pedi a chave da casa do Amor e fui ter uma conversinha gentil, sincera e esclarecedora. Comecei perguntando por que é que desejamos tanto que ele esteja nas nossas vidas e quando, finalmente, Santo Antônio ajuda, o que antes era uma promessa de romance de tela de cinema, vira angústia e insegurança.

Antes mesmo que ele pudesse responder, perguntei se algum sobrevivente de tantos altos e baixos, tantas paixões e desamores, finalmente conseguiu entender o” X” da questão e ser feliz para sempre. Ou isso seria apenas marketing cinematográfico, algo como “vamos instaurar uma utopia para que as pessoas não deixem de buscar a felicidade, sabendo nós que ela não existe”?

Quando o Amor pensou que eu estava surtando, ele me olhava de um jeito esquisito, resolvi parar e escutar. Ou isso ou com certeza ele chamaria a segurança. “Bom, vamos lá.”, ele disse e continuou: “Em primeiro lugar quem começa essa história toda é a Paixão, uma moça brincalhona e instável. Eu apareço depois, pra checar o estrago e tentar apaziguar, tentar mostrar coisinhas que não estão nas receitas que o Cinema, um dos meus inimigos mais poderosos, mostra para milhões e milhões de pessoas há anos.”

E ele continuou: “Gostar de alguém deveria dar menos trabalho, entende, Raïssa? Mas as mulheres modernas complicaram muito as coisas, vocês me dão uma trabalheira danada! Eu desconfio que o Ponto G de vocês esteja na cabeça, qualquer dia marcarei uma reunião com a Genética para ela me explicar e dizer se tenho ou não razão. É que vocês precisam racionalizar tudo, e para piorar, depois que a modernidade veio com toda a sua força, eu ganhei outro inimigo, o Joguinho, você o conhece bem.”

Ele pulsava com toda a sua força (o Amor é todo feito de coração), e falava sem parar: “Agora veja, antes eu só tinha que checar a quantas andava a Paixão, agora preciso reparar o que muitas vezes é irreparável. As mulheres se acham donas do mundo! Se acham as mais espertas e andam pra cima e pra baixo com o Joguinho. Os homens ficaram sem saber o que fazer, além disso, vocês exigem que eles andem de acordo com o script criado por vocês, herança do Cinema. E na maioria das vezes o rapaz não imagina que deveria representar um papel. Agora veja, os meus agentes “frio na barriga”, “mão suando”, “pernas tremendo”, “ansiedade”, “saudade”, “respeito”, “carinho”, “tesão” e “admiração” estão aí para provar que nem tudo é lógico e racional. Continuo fazendo o meu trabalho, muito mais difícil nesses novos tempos que inventaram, mas posso lhe assegurar que, sim, há sobreviventes! Relaxe, coloque um sorriso nesse rosto, com ele você consegue qualquer coisa, e vá se divertir com a Paixão. Vocês vão se dar bem! Só me faça um favor, se o Joguinho aparecer mande-o catar coquinho! Menospreze-o! Diga sempre para o outro aquilo que você sente, é melhor perder sendo você mesma do que nem tentar.”

Depois dessa eu não tinha argumentos, dei um beijo de agradecimento, perguntei o número do apartamento da Paixão e fui chamá-la para dar uma voltinha por aí!

sexta-feira, 10 de junho de 2011




Engula a saudade, a vontade e o desejo. Preencha o tempo que estava reservado para o romance com uma ida ao cinema, um vinho com as amigas ou, ainda, na frente da TV e uma bandeja de japonês. Finja que não tinha planos, que o programado nunca existiu, e vai ver não existiu mesmo. Conta para o espelho tudo aquilo que você gostaria de dizer pra ele: as banalidades da semana; o stress do trabalho; a amiga que veio de longe e a fez tomar um porre em plena quinta-feira; a ansiedade para começar no trabalho novo. Então, mais uma vez, engula a saudade, a vontade e o desejo.