terça-feira, 9 de março de 2010

Playing


Qual é o momento exato para se fazer as coisas? Quando é que devemos apertar o “eject” de onde estamos para testar novas direções? E quais são os lugares perfeitos para se dar um novo “start”? Quais são as pessoas que estão no momento oposto ao seu e não vão entender “bulunfas” do que você está fazendo? Tem um monte de gente que vai apontar o dedo na direção oposta e dizer que o certo é ir para o outro lado, mas aí você não quer saber do certo, não quer saber do errado, quer saber do que você está com vontade de fazer, e pronto!

Let’s play! Você joga todas as cartas para o alto, roda o globo, fecha os olhos e vê aonde aquilo tudo vai te levar. Arruma as malar sem pensar duas vezes, se desfaz do que só faz pesar a sua mochila, coloca nas costas e pega o avião, trem, ônibus, carona e o que mais te levar para algum lugar. Não é leviandade, não é perda de tempo.

No filme “Amor sem escalas” o personagem do (divo!) George Clooney fala sobre as mochilas que a gente carrega na vida. Ele manda você “colocar” tudo dentro da mochila, sua casa, roupas, carros, joias, móveis, amigos, trabalho, família. E aí manda você colocar a mochila nas costas e tentar andar. Não rola! Está pesada demais. E a gente passa a vida inteira enchendo mais e mais essa mochila, até que um dia você não consegue mais ir para lugar nenhum.

Fiz minha mudança no fim de semana e descobri que eu tenho mais coisas do que preciso. E olha que passei praticamente 1 mês com apenas 1 mala de roupas e três sapatos. Vivi super bem. Agora estou com todas as minhas roupas, bolsas e sapatos e sinto que fiquei mais pesada. É mais difícil na hora de se arrumar porque as opções são tantas que você começa a achar que não tem nada. E quer saber do que mais eu sinto falta? Dos meus livros e CD’s na estante e meus quadros na parede.

Li a coluna da Danuza Leão publicada no domingo na Folha. Ela fala sobre a época na qual tudo que nós desejávamos era o que era falado naquela música da Elis,

“Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais.”

Hoje em dia a gente tem a sensação de precisar de mais do que isso. E a mochila do homem moderno está muito pesada. Tanto que ele não consegue se livrar daquilo de que não precisa. A mochila pesa tanto que a cabeça anda mirada para baixo e ele não vê os horizontes e as possibilidades de uma outra vida.

Já disse isso aqui outras vezes, minha mãe me ensinou muitas coisas, entre elas “Viver não é preciso, viajar é”. E como você faz isso se a mochila estiver pesada?



Eu disse para um amigo que até os 30 anos você pode tentar qualquer coisa. Naquele vídeo do “Sunscreen” tem uma frase interessante: “Não desanime se aos vinte anos você não souber o que quer da vida. Algumas das pessoas mais interessantes que eu conheço ainda não sabem aos 30”.

Lembro também de uma aula da Valderez, antiga professora ou professora antiga da Facha, numa das aulas ela questionou a turma: “-Qual o sentido da vida?”. Na época eu dei alguma resposta que a turma inteira admirou, não lembro qual foi exatamente, mas estava na ponta da língua. Mas o sentido da vida não é universal. Tem gente que acha que é nascer, procriar e morrer. O sentido da vida é diferente para cada um. Na verdade não existe. Lembrei agora da propaganda do canal Futura, “Não são as repostas que movem o mundo, são as perguntas.” E quando você para de questionar, quando não tem mais curiosidade sobre o outro ou sobre o espaço onde vive, é hora de mudar. Afinal, tem muito para se ver por aí. E como eu disse antes, até os 30 anos você pode arriscar, e a hora é agora!

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