terça-feira, 24 de março de 2009

"Money que é good nós não have...

...se nós havasse nós num tava aqui workando"






Uma amiga comentou hoje “ fulana de tal, aquela jornalista, entra às quatro da tarde no trabalho”. – Chegarei lá!, eu disse. “Chegaremos!”, ela disse.

Já percebeu que o sonho de todo mundo é trabalhar menos? E por que trabalhamos tanto? Por que tantas horas? Por que ficamos sentadas na frente do computador tão entretidas com o que estamos fazendo que não levantamos nem para ir ao banheiro? Eu, por exemplo, prendo até a bexiga ameaçar me abandonar e ameaçar soltar o xixi. Sei que estou errada, mas só percebo o perigo quando já estou no limite.

E o vício de atualizar o e-mail incessantemente, minuto a minuto – peraí, to sendo modesta – segundo a segundo? Aquele dedinho nervoso que toda hora escapa no botão esquerdo do mouse e clica no “enviar/receber”. E ai de não chegar nada, nenhuma resposta daquele colunista importante que se acha mais importante ainda com o ok que vai mudar crucialmente a sua vida, pelo menos por meros vinte minutos. Afinal, vida de assessor de imprensa é que nem de economista da Bolsa de Valores: ganha-se e perde-se o tempo inteiro, tem dia de altas e dia de baixas, dias de sim e dias de não. Vivemos numa eterna barganha.

Falando nos 20 minutos de felicidade lembro do slogan da BandNews (94,9MHz) , “Em vinte minutos tudo pode mudar”. É disso que estava falando no parágrafo acima. Serve pra tudo.

Essa mesma amiga que acabou me motivando a escrever sobre trabalho tem três jobs diferentes, e olha que a moça é formada em jornalismo e tem pós em jornalismo cultural na UFRJ. Pra conseguir ganhar uma graninha melhorzinha no final do mês tem que ralar que nem uma doida. Mas tem muito profissional bom por aí nesse estado, muita gente boa mal aproveitada, gente boa sendo mandada embora...

Assim como tem muito artista bom que não tem espaço na mídia, eu posso citar vários, entre eles o Luis Carlinhos, ex- integrante do Dread Lion. O CD do cara é muito bom, tem umas faixas ótimas, letras bacaninhas, alto-astral. Sem falar que no palco ele também manda super bem.

Mas voltando ao tema “trabalho”, eu acredito que tudo faça parte de um ciclo: você começa a vida profissional como estagiário, “leia-se: mão de obra barata e com potencial para ser explorado sem direito a reclamar”, ganhando nada ou R$300,00 por mês, depois os estágios vão melhorando, a faculdade vai passando e você finalmente se forma. O salário melhora, ainda que não seja o ideal, mas você continua sendo escravo do despertador e vítima do relógio, que separa seu dia em várias partes.

Mas o tempo passa e vc até se torna meio arrogante, daquele jeito que alguém superior já foi com você um dia, porque agora você sabe mais, ganha mais, conhece mais e por aí vai. Quando chega nesse patamar você também pode escolher a hora que quer chegar no trabalho. O tão sonhado momento da vida de qualquer profissional.

Seja como for, chegar a esse patamar dos sonhos só depende de cada um de nós. Do quanto vamos nos esforçar para conseguir o que queremos. Até lá, haja bexiga amiga, pulso que resista à tendinite, óculos de grau, café, água, chocolate, passagem de ônibus...

Um comentário:

  1. Pior é que essa sua amiga tem 3 jobs, mas ganha nem metade do salário do marido, que tem um! Será a velha máxima de que mulher ganha menos mesmo ou é a decadência do jornalismo???
    Fiquei emocionada! Bjus!

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