quinta-feira, 12 de março de 2009

Im - Paciência

Eu sofro de “IAEC - Impaciência e Ansiedade Exagerada Cotidiana”, sigla e significado inventados por mim. Quero tudo junto, agora, nesse instante. Não consigo, por exemplo, fazer uma comida que tenha que deixar de molho do dia pra noite, porque quero colocar logo tudo na panela, ferver, temperar, jogar no forno e se for o caso comer quente mesmo. Mas quem não se lembra daquele ditado: “Apressado come cru”? No meu caso apressado queima a língua.

Hoje, numa dessas revistas de fofoca que sou obrigada a ler por conta do ofício, vi a mulher de um cara super rico, bem sucedido, os dois na faixa dos 30 e poucos, e ela grávida de oito meses. Achei lindo e ao mesmo tempo pensei “quero ter logo 30 anos”, digo isso porque imagino que daqui a seis anos e meio, é o que falta par que eu me torne uma Balzaquiana, eu estarei ganhando muito bem, meu marido também, já teremos viajado meio mundo e a gente vai poder começar a saga de ter um filho atrás do outro até completar três.

Sempre gostei de família grande, tenho dois irmãos, éramos cinco em casa contando meu pai e minha mãe, fora a Dasha, nossa cachorrinha de estimação. E na época em que morávamos no sítio ainda tinha a égua, o bode e a cabra: Pluma, Zulu e Zoé, respectivamente.

Penso que essa pressa de viver tudo ao mesmo tempo é coisa da vida moderna, afinal não é à toa que os fast-foods abarrotam os quatro cantos das cidades. A vida hoje é fast, os relacionamentos acabam e a fila não anda, faz cooper.

Não tá mole não! Cada vez temos menos tempo para as coisas boas da vida. Tão pouco que ontem à noite eu estava assistindo ao episódio inédito de “Desperates Housewives” ao mesmo tempo em que o Escondidinho de carne seca jazia no forno e o “Picasa” publicava minhas fotos na internet. Quando dava intervalo eu corria para ver como andava uma dessas coisas. Aí o sono vem sem pedir licença e são só onze da noite, e você ainda quer ler um livro, finalizar a monografia, jogar “The Sims”, conversar e namorar... Como dizia meu amigo Matheus, o dia tinha que ter 36 horas para que a gente pudesse fazer todas as coisas, só que daria errado porque a gente arrumaria mais coisas para fazer e o dia continuaria pequeno. A solução? Não tenho, mas teve ser paciência.

“O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...” Lenine

Um comentário:

  1. Minha escritora preferida II! rs...
    É impressionante mesmo, Rai. A gente quer abraçar o mundo, fazer tudo de uma vez, um atropelo sem fim.
    Também ando numa ansiedade sem fim. Tanta coisa pra fazer e que preciso fazer logo.
    Espero que a Austrália entre no seu roteiro de viagens! rs...
    "O tempo não pára!"
    Bjs!

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