sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


Hoje acordei querendo tudo diferente. Enquanto me arrumava com um pé na porta e a cara no espelho, maquiagem em punho e cappuccino na outra mão, me vi desejando ser outro alguém. Uma simples moradora de uma vila calma, com tempo para passar as tarde na rede, dona de um belo jardim para gastar as minhas tardes pintando. 

Imaginei uma varandinha aconchegante com cachorrinhos, passarinhos, cheiro de comida no fogão à lenha, barulho de bicho na mata e o padeiro passando de bicicleta na porta com a cesta cheia de delícias.
Pensei como seria ter a tranquilidade de não precisar viver às voltas da balança para emagrecer o meio quilo ganho na semana passada, e a correria para conseguir cumprir as missões diárias: levantar, correr para o banho, escolher roupa, maquiar, correr para o trabalho, atender ligações, mandar emails, telefonar, falar, escrever, bla, bla, bla. 

Na minha vidinha caseira perfeita, eu era alguém que não sentia falta de ar e o coração não ameaçava parar se eu não desacelerasse um “tiquim” que fosse.  O meu “eu” perfeito não tem tendinite de tanto usar o computador, no máximo fica cansado por passar horas e horas em pé pintando quadros.

Acordei com o telefone tocando, a maquiagem borrada, o café esfriando e minha amiga querendo usar o espelho.  Back to real life!

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