quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma de jornalista

Todos os amigos jornalistas estão revoltados com a decisão do STF de retirar a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Eu também era contra, sobretudo porque fiz uma boa faculdade e entendi perfeitamente quando meus professores de filosofia, sociologia, psicologia e teoria da comunicação I, II e III disseram que bom jornalista não é aquele que sabe escrever bem apenas. É fundamental ter conhecimentos além da gramática.

Eu me formei em Publicidade e Propaganda depois de passar quatro anos alternando o curso de jornalismo, e planejava voltar à faculdade para cumprir as oito matérias restantes para ganhar o diploma de jornalista.

Porém depois de uma discussão longa com uma colega de trabalho, Priscila, enxerguei o outro lado da questão. O Brasil foi o último país a tomar essa decisão tida como polêmica. Nos Estados Unidos e em países da Europa já era assim. Poetas, economistas, médicos e outras profissões que não a de jornalistas estão presentes nas redações estrangeiras, e nem por isso o jornalismo é ruim, pelo contrário. Outrossim, no Brasil todo mundo tinha que ter diploma para escrever nos jornais e fazer TV, rádio e revista, mas nem por isso nosso jornalismo é maravilhoso, pelo contrário.

Que me desculpem os jornalistas honestos e eficazes, mas grande parte escreve mal, inventa fatos para vender notícia, é precipitada e faz barrigas incomensuráveis, tal qual o caso da brasileira que inventou que estava grávida e perdeu o bebê por causa de um ataque de xenófobos. A imprensa brasileira nem se deu o trabalho de apurar.

Quem sabe sem a obrigatoriedade do diploma nós tenhamos ótimos economistas falando e escrevendo sobre economia ou escritores falando de cultura ou política, assim como no passado brasileiro não muito distante. Um exemplo: Nelson Rodrigues.

Diploma de jornalista não significa qualidade na profissão!

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