terça-feira, 16 de março de 2010

“Não matei, mas sei quem fui”




É o título de uma peça que reestreia hoje no Teatro Vannucci, na Gávea (RJ),depois de duas curtas temporadas no Café Pequeno e no Glaúcio Gil. O espetáculo é, além de uma comédia das mais sacanas, uma discussão sobre o autoconhecimento.

Depois de levar a chefe para o motel pensando que vai ganhar uma promoção, a mulher morre e o cara começa uma investigação para descobrir qual de seus “eus” a matou.  

Muitas pessoas já escreveram, cantaram e acharam graça da multiplicidade do ser humano. Dizem que os geminianos é que são múltiplos, estendem essa característica para as mulheres, mas, na verdade, todos nós temos mais de uma pessoa dentro de si. Nós temos o fanfarrão que se destaca quando estamos solteiros, livres, leves e soltos pelo mundo. Temos o fiel quando estamos apaixonados, temos o aventureiro quando decidimos fechar os olhos e fazer rafting, saltar de paraquedas, parapente e bungging jump. Tem também o chorão, o valente o inconsequente, o carente, o indeciso, a criança, o adulto. Somos vários num só, e é aí que está a graça.

É como se nossos “eus” ficassem numa fila a postos. No primeiro sinal, o guardião grita: “Chorão, vem cá”; “Entusiasta, é sua vez!”, “Preguiçoso, pode assumir hoje”. É claro que as coisas fogem do controle de vez em quando, e aí somos grossos na hora que era para sermos calmos. Somos “fanfas” com quem merecia mais cuidado. Somos exagerados quando o momento pedia cautela. E isso é normal também, não dá para ter controle de tudo.  Só o nosso lado controlador pensa assim, mas ainda bem que ele não é um só.



2 comentários:

  1. eae raissa, td certo?
    descobri teu blog e achei mto legal.
    "meu eu" leitor foi puxado pelo "teu eu" escritora hehehehe
    sucesso!
    bjus.

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  2. Meu "eu escritor" agradece o elogio..rs ;)

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